Desenvolver hábitos alimentares saudáveis desde a infância é importante para a saúde e o bem-estar na vida adulta. A família tem um papel essencial nesse processo, influenciando as escolhas alimentares das crianças através das refeições em conjunto e das atitudes positivas em relação à comida. Neste artigo, vamos discutir como o contexto familiar pode servir de exemplo na alimentação infantil e como criar um ambiente acolhedor e saudável desde cedo.
A importância do exemplo familiar
As crianças muitas vezes aprendem observando e imitando os adultos ao seu redor. Portanto, se os pais possuem uma alimentação equilibrada e variada, é provável que os filhos desenvolvam preferências semelhantes. Entretanto, não se trata de uma regra! Afinal de contas, não vivemos em um grande comercial de margarina no qual as refeições em família são possíveis todos os dias e com o maior leque possível de alimentos à mesa. Muitas vezes, na correria entre escola, trabalho, atividades extracurriculares e consultas médicas fazemos o que é possível. E acredite, esse tempo curto nada ideal, mas apenas o possível, faz toda a diferença na vida alimentar da criança. Pensando nisso, que tal algumas estratégias simples para aproveitar ainda mais esses momentos especiais?!
Práticas para Incentivar Hábitos Saudáveis
Refeições em Família: Compartilhar refeições em família oferece oportunidades para ensinar sobre alimentação saudável de forma prática e natural. Essas refeições também promovem o convívio e fortalecem os laços familiares, criando um ambiente de apoio e aprendizado. Eleja um momento que seja o mais tranquilo para vocês pais/cuidadores e usufrua dele! Comece aos poucos, sem grandes cobranças.
Variedade e Equilíbrio: Oferecer uma gama diversificada de alimentos é essencial para garantir que as crianças recebam os nutrientes necessários. Experimentar novos sabores e texturas pode ajudar a ampliar as preferências alimentares e incentivar uma alimentação equilibrada. Você já parou para pensar no motivo do seu alimento favorito ser O favorito? É o sabor? A textura? A cor? E a do seu filho?
Evitar Recompensas com Comida: O uso de alimentos como recompensa ou punição pode influenciar a relação com a comida de maneiras inesperadas, por isso vale a pena explorar outras formas de incentivo.
Envolvimento das Crianças na Cozinha: Incluir as crianças no planejamento e preparo das refeições pode ser uma forma divertida e educativa de ensinar sobre os alimentos.
Moderação e Consciência Alimentar: É importante explicar que todos os alimentos podem fazer parte de uma dieta saudável, desde que consumidos com moderação. Ensinar sobre a importância da moderação ajuda a evitar restrições excessivas e a promover uma relação saudável com a comida.
Conclusão
A presença e o envolvimento da família são fundamentais para ajudar as crianças a desenvolver hábitos alimentares saudáveis. Ao oferecer um ambiente positivo e educativo, com refeições em família, variedade alimentar e participação na cozinha, é possível apoiar o desenvolvimento de uma alimentação equilibrada que beneficie as crianças a longo prazo.
Sobre a autora:
Maria Fernanda Cestari de Cesar, formada em Fonoaudiologia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) em 2014, aprofundou seus conhecimentos ao obter um mestrado em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem pela mesma instituição em 2017. Em 2018, ela especializou-se em Fonoaudiologia Hospitalar no prestigiado Hospital Israelita Albert Einstein.
Aprofundando seu expertise internacionalmente, Maria Fernanda participou de cursos sobre seletividade alimentar infantil ministrados por renomadas especialistas da área, como Suzanne Morris, Marsha Dunn Klein, Kay Toomey e Holly Bridges. Além disso, enriqueceu sua formação com cursos focados em autismo e seletividade alimentar, respaldados por profissionais e plataformas de destaque no cenário acadêmico.
Em 2022, sua competência no tratamento de dificuldades alimentares foi reconhecida com a certificação pela Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia. Sua prática clínica é voltada ao atendimento de crianças e pré-adolescentes, tanto típicos quanto atípicos, enfrentando desafios alimentares.
Como autora, Maria Fernanda contribuiu para a literatura infantil com os livros ‘Francisco não gosta de comer?’ e ‘Miguel e o espectro de oportunidades alimentares’, além de desenvolver o jogo educativo ‘Alimentando Conversas’.
Ela também compartilha sua expertise como docente na pós-graduação do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein, no curso voltado ao Transtorno do Espectro do Autismo sob uma abordagem multiprofissional.