KING Saints é uma artista cheia de personalidade que incorpora em suas letras a acidez necessária para trazer visibilidade a todos os tipos de problemas que a sociedade enfrenta: seja o racismo estrutural ou o apagamento de talentos de locais mais afastados das grandes metrópoles, a cantora que representa o “lado B do Pop” está em ascensão com suas letras para seus projetos ou suas canetadas para outros artistas, como IZA. Indicada três vezes ao Grammy Latino e nascida em Duque de Caxias, ela é a pessoa perfeita para o Projeto Sala Vermelha: trazendo suas vivências da Baixada Fluminense, região do Rio de Janeiro, sua participação acaba de chegar ao canal Movimento no YouTube e também nos apps de streaming.
KING entra no projeto para “mostrar porque carrega o nome de rainha” – como as redes sociais da Movimento anunciou a participação da compositora. A dona da voz e da caneta reflete:
“Quero trazer essa vivência da baixada. É a história de um povo que sustenta a grande metrópole, é marginalizado, criminalizado e desassistido pelo governo. Trabalha para o lucro da cidade grande, com jornada de trabalho exaustiva e pouco remunerada, mas é um povo de fé, um povo que faz da própria vida a arte de sobreviver e ainda acha tempo para sorrir, dividir com os seus e com os outros”, diz a cantora.
O Sala Vermelha é idealizada por Ycaro Torres, fundador e diretor criativo da Rock Danger, e realizada em parceria com a distribuidora UnitedMasters. O foco é trazer visibilidade a vozes famosas do rap e hip hop, sem excluir os novatos que chegam com todo o talento necessário para estar ao topo. Por lá já passaram nomes como Slipmami, Cynthia Luz, AJuliaCosta, O Kannalha, Azzy e mais. KING levará sua mensagem para quase 24 mil inscritos no YouTube e mais de 11 mil seguidores no Instagram do projeto:
“Eu sou cria de Duque de Caxias com muito orgulho, mas não romantizo. Para fazer meu trabalho progredir, tive que sair da minha cidade, mas antes disso vivi por anos a jornada de três transportes para chegar ao trabalho na Zona Sul do Rio. Vivi o desmonte da cultura da minha cidade, a desmotivação e o desencorajamento do ser sonhador”, desabafa Saints.
Recentemente, a cantora entrou para a trilha sonora do filme brasileiro “O Velho Fusca” com a faixa “Como Nunca Antes”, ao lado de Luiza Martins, Gabriel Nandes e Ucha. A artista ainda atuará no longa, que lança em novembro. A artista multifacetada pretende levar uma mensagem bem direta e protestar contra a forma que o povo da Baixada vive invisibilizado: “Quando buscamos a região nas redes, só encontramos desastres. Pouco se fala das pessoas que fazem coisas incríveis e são verdadeiros heróis ou daquele seu tio que acorda às três da manhã para pegar o primeiro ônibus e só volta para casa à noite para sustentar a família e, no fim de semana, tomar uma cerveja com churrasco. É como se todos fossem ‘vagabundos’ que não se esforçam. A Baixada é a prova de que a meritocracia não existe, porque se tem um povo que trabalha e se dedica, é o povo de lá, que sustenta a cidade grande nas costas”, finaliza King.
Sobre KING Saints:
Nascida em Duque de Caxias/RJ, KING Saints trilhou trajetória autêntica no cenário musical construída a partir de um berço familiar carnavalesco e artístico, em que a música, a dança e as composições a tornam a representação do lado B do pop brasileiro. Em 2019, KING se apresentou no Palco Favela do Rock in Rio a convite de Marcelo Dughettu. No ano seguinte lançou seu primeiro EP Travessia e passou a colaborar com nomes como Elza Soares, Negra Li, Karol Conká, Luísa Sonza e IZA, com quem foi indicada duas vezes indicada ao Grammy Latino pelo álbum AFRODHIT. Após 12 anos de uma carreira sólida compondo para artistas, lançou seu primeiro álbum autoral, “Se Eu Fosse Uma Garota Branca”, que une deboche, leveza e acidez na medida.