• Entretenimento
    • Famosos
    • Cinema
    • Cultura
    • Esportes
    • Música
    • TV
  • Lifestyle
    • Beleza
    • Carros
    • Gastronomia
    • Moda
    • Comportamento
    • Saúde
    • Tecnologia
    • Turismo
  • Economia
  • Negócios

Subscribe to Updates

Get the latest creative news from FooBar about art, design and business.

What's Hot

O vidro como símbolo da arquitetura do futuro

outubro 6, 2025

Brasil–Angola desenham ponte de inovação

outubro 5, 2025

Clínica Ortotrauma Fisio: a revolução da fisioterapia personalizada no Rio de Janeiro

outubro 5, 2025
Facebook Twitter Instagram
Revista Mind
Facebook Twitter Instagram
  • Entretenimento
    • Famosos
    • Cinema
    • Cultura
    • Esportes
    • Música
    • TV
  • Lifestyle
    • Beleza
    • Carros
    • Gastronomia
    • Moda
    • Comportamento
    • Saúde
    • Tecnologia
    • Turismo
  • Economia
  • Negócios
Revista Mind
Início » Terceira idade online: conexão sem contato e o esvaziamento do tempo
Lifestyle

Terceira idade online: conexão sem contato e o esvaziamento do tempo

Anna Laitinenjulho 29, 20255 Mins Read
Facebook Twitter Pinterest LinkedIn Tumblr Email
Share
Facebook Twitter LinkedIn Pinterest Email

Com o avanço da digitalização entre idosos, surgem novos dilemas emocionais: relações fugazes, validação constante e dificuldade de elaborar a própria história em meio ao ritmo veloz das redes sociais

Mais de 66% dos idosos brasileiros acessam a internet diariamente, mas esse avanço revela um paradoxo: estar cada vez mais conectados e, ao mesmo tempo, enfrentar a solidão, a efemeridade das relações e o desafio emocional da transitoriedade em um mundo acelerado.

Segundo a PNAD Contínua TIC 2023, o percentual de idosos que acessam a internet todos os dias subiu de 24,7% em 2016 para mais de 66% em 2023. Redes sociais como WhatsApp, Facebook, Instagram e YouTube oferecem novas formas de interação, mas também expõem vulnerabilidades emocionais.

A psicanalista Camila Camaratta observa:

“A solidão do idoso, antes silenciosa, hoje se manifesta em notificações constantes. A rede ocupa o espaço do outro, mas muitas vezes falta escuta e afeto genuínos. É conexão sem contato.”

O uso diário das redes varia entre duas a três horas, podendo ultrapassar cinco em alguns casos, principalmente entre mulheres, aposentados e moradores de centros urbanos. Muitos enviam mensagens, vídeos e conteúdos como forma de buscar contato ou se fazer notar. A ausência de respostas rápidas, comum nesse ambiente, pode gerar frustração — o “vazio entre envios e retornos” torna-se difícil de suportar. A paciência da espera, típica da era analógica, cede lugar à urgência emocional digital.

Mais do que manter os idosos ativos, essa rotina digital funciona como estratégia de enfrentamento da exclusão social provocada pelo envelhecimento.

Do ponto de vista psicanalítico, envelhecer é um processo simbólico que envolve luto, ressignificação e busca de sentido — dinâmicas que o ritmo efêmero das redes pode dificultar. Camaratta remete ao ensaio Sobre a Transitoriedade (1916), de Freud, ao afirmar:

“É justamente o caráter transitório da vida que confere valor às experiências.”

Com o avanço da idade, a percepção sobre a finitude do tempo se intensifica. Por isso, muitos idosos passam a valorizar vínculos afetivos construídos ao longo da vida, buscando aproveitar melhor o presente e colher os frutos dessas relações significativas.

“A velhice é o momento da colheita desses vínculos”, diz Camaratta. “É quando o essencial supera o passageiro. A experiência emocional se torna mais seletiva e profunda.”

No entanto, essa maturidade entra em choque com a lógica digital, marcada pela velocidade, estimulação constante e substituição rápida. Em vez de aprofundar experiências, o tempo online tende a banalizá-las: stories que somem em 24 horas, publicações soterradas por outras, afetos medidos por curtidas.

” A transitoriedade, como Freud explicou, dá valor ao que é passageiro, finito e efêmero, pois a noção de finitude não empobrece, mas intensifica o valor das experiências, dos sentimentos e das criações humanas.”

Para o idoso — que já lida com perdas, memórias e redefinições — essa lógica pode esvaziar o tempo subjetivo, minando o espaço necessário para elaborar a própria história. Em vez de um tempo de síntese e significado, essa fase pode ser invadida pela urgência de estar sempre online, dificultando viver plenamente memórias, afetos e aprendizados.

“É como se a rapidez da rede roubasse o tempo que os idosos precisam para refletir e sentir”, resume Camaratta.

Além da invisibilidade social, mais frequente neste período, há também a pressão para se adaptar a um ambiente que valoriza juventude, velocidade e desempenho. Essa “dupla dor”, segundo Camaratta, leva muitos a buscar nas redes uma restauração do narcisismo ferido — com selfies, vídeos e mensagens motivacionais. No entanto, essa exposição pode causar sofrimento: comparações, sensação de inadequação, dependência de validação externa, além de aumentar a vulnerabilidade a golpes e desinformação.

A constituição subjetiva passa pelo contato com o outro — alguém presente e acolhedor. Esse encontro é essencial para que o idoso se sinta inteiro e seguro. Mas as conexões rápidas e superficiais das redes não substituem esse vínculo real, podendo intensificar a solidão.

O “tempo da rede”, com sua velocidade e excesso de estímulos, pode ser angustiante para quem vive em outro compasso. A interrupção da conexão ou o silêncio virtual geram ansiedade, irritação e sensação de abandono.

Por outro lado, a exclusão digital também é um risco.

“Estar fora da rede é, muitas vezes, estar fora do mundo”, alerta Camaratta.
Por isso, a alfabetização digital é essencial, não apenas para garantir inclusão social, mas também como forma de sobrevivência simbólica — e, em alguns casos, material.

A especialista defende o “direito à vulnerabilidade” na velhice — o direito de não performar, de não responder imediatamente, de simplesmente ser.

“Talvez o maior gesto de maturidade seja se reconhecer nesse momento da vida, sem se cobrar tanto.”

O mercado e a tecnologia têm tentado responder com cursos voltados à terceira idade e planos especiais de telefonia. Mas o desafio central permanece: a saúde emocional.

“Que o toque da notificação não substitua o toque humano. Que a presença virtual não ocupe o lugar do afeto real. Estar online é fácil. Estar verdadeiramente conectado consigo e com o mundo — esse é o verdadeiro desafio da terceira idade”, conclui Camaratta.

Share. Facebook Twitter Pinterest LinkedIn Tumblr Email

Leia Também

Hygor Jhonson lança projeto S.O.S. Fight com foco em defesa pessoal para mulheres

outubro 1, 2025

Russo: O melhor Adestrador do Brasil e do Mundo: A História do Mago dos Animais no The Noite com Danilo Gentili

setembro 25, 2025

De dentro para fora: o método que fortalece a autoconfiança e a identidade feminina

setembro 24, 2025
Últimas do site
Negócios

O vidro como símbolo da arquitetura do futuro

By Anna Laitinenoutubro 6, 20253 Mins Read

Como minha experiência no Brasil pode contribuir para a economia e o setor de construção…

Brasil–Angola desenham ponte de inovação

outubro 5, 2025

Clínica Ortotrauma Fisio: a revolução da fisioterapia personalizada no Rio de Janeiro

outubro 5, 2025

HI Assessoria e os novos rumos da comunicação corporativa diante da desinformação

outubro 3, 2025

Especialistas discutem avanços em regeneração óssea durante o INDEX25 em São Paulo

outubro 3, 2025

Dr. Octávio Curi Frascareli: Ginecomastia em Maringá: cirurgia masculina para contorno do tórax

outubro 3, 2025

Regina Carnovale Nunes defende protagonismo social em encontro do Clube dos Protagonistas

outubro 3, 2025

5 dicas para uma administração de shopping mais eficiente e rentável

outubro 3, 2025

Max Fashion Tour chega a Salvador pela primeira vez e promete movimentar a cena fashion da capital baiana

outubro 3, 2025

GR6 anuncia mudanças em sua diretoria com foco em inovação e oportunidades para jovens talentos

outubro 3, 2025

Ziggy Alberts lança remix de “Runaway” por Bruno Martini

outubro 3, 2025

Rocky Spirit lança plataforma gratuita de streaming com 50 filmes selecionados pela curadoria do festival

outubro 3, 2025
Facebook Twitter Instagram Pinterest
  • Expediente
  • Fale com a Redação
  • Política Editorial
  • Privacidade
  • Anuncie
© 2025 Revista Mind Brasil. Todos os direitos reservados.

Type above and press Enter to search. Press Esc to cancel.